1. |
Enquanto Esperava
03:37
|
|||
enquanto esperava fui-me alimentando
enquanto esperava fui fazendo e trabalhando
enquanto esperava esqueci-me porque é que o fazia
enquanto esperava do nada nasceu outro dia
será que era suposto não fazer?
não cheguei a perceber
será que era suposto eu deixar ser?
não cheguei a perceber
agora durmo tão bem...
já nem me lembro o que é que era
se foi outono ou primavera
já nem me lembro o que é que era
se foi outono ou primavera
enquanto esperava fui deixando acontecer
enquanto esperava plantei semente pra ver
enquanto esperava colhi o fruto que plantei
enquanto esperava fui posto à venda e não cobrei
|
||||
2. |
Horas para gastar
03:18
|
|||
em vida de casal
o mundo só me queria a mim
propostas de homens e senhoras
às quais eu nunca disse sim
era censurado
o que as pesssoas me queriam fazer
fantasias complicadas
que eu nunca cheguei a conhecer
e agora que o tempo me deixou desocupado
parece que a multidão foi passear para outro lado
agora que eu tenho horas pra gastar
agora que eu tenho horta para plantar
tenho flores, mas não tenho a quem dar
passava dias a evitar
olhares da menina do café
deixei de ser marido
ela já não quer fazer cafuné
no restaurante eu era
a especialidade principal
mas passei de bife do lombo
a ser arroz empapado e sem sal
em hora de jogo eu era torre, cavalo e rei
sem rainha desci pra peão e nem por bispo passei
agora que eu tenho horas pra gastar
agora que eu tenho pernas para andar
já não tenho sapatos pra calçar
agora que eu tenho horas pra gastar
eu que gosto tanto de cozinhar
não tenho a quem fazer jantar
|
||||
3. |
||||
quebro a ponta do lápis quando o telefone começa a tocar
labuta está interrompida, e eu estava mesmo a adivinhar
a mensagem de imagem promove a desconcentração
a vontade até que era boa, mas isso não perdoa a intenção
e esse assento não ajuda a produção
tem que haver sempre um rabo de saia qualquer
para não deixar acontecer
tem que haver sempre um rabo de saia qualquer
razão da distração só pode ser mulher
deixas que seja o convite a rasgar a folha de papel
e o mal que já está feito, é tinta onde não há pincel
evades o ofício, sem dizer nada ao patrão
a vontade até que era boa, mas isso não perdoa a intenção
e esse assento não ajuda a produção
tem que haver sempre um rabo de saia qualquer
para não deixar acontecer
tem que haver sempre um rabo de saia qualquer
razão da distração só pode ser mulher
lava-se a vergonha em chuveiro por água,
enquanto da camisa se aperta o botão
por trás da cara lavada à luz do dia,
fica a cama desfeita de colchão
e hora que passou de repente,
deixou pernas de cueca na mão
a vontade até que era boa,
mas isso não perdoa a intenção
tem que haver sempre um rabo de saia qualquer
para não deixar acontecer
tem que haver sempre um rabo de saia qualquer
razão da distração só pode ser mulher
só pode ser mulher
|
||||
4. |
||||
vuoi trovare il pelo nel uovo
in quel casino di pollaio
sempre che vado, torno e ti ritrovo
immerso nello stesso guaio
l ´aspirapolvere non ti vá a fare il café
se la macchina non há motore, meglio andare a piedi
lavati le mani, lavati le mani
perdi addesso perdi oggi, per vincere domani
giovane ti stressi i cavalli
mentre le tue amiche preferite
inquanto ti fai seghe mentali
si bevano delle margherite
|
||||
5. |
||||
Não te retenhas a dizer-me em voz alta a tua opinião
E fica descansado que eu tomo o que tu disseres em consideração
Arregaça as mangas da calcinha mostra lá o calcanhar
E puxa o peito pra fora mas não borres a cueca quando for pra carburar
Ai que bonito que é de ver as coisas que o menino sabe fazer
Ai que ele atira charme em vão, mas o talento que há na prática é teórico na frustração
Pode ser que eu venha a entender
Pode ser até que eu queira fazer
Mastiga bolacha Maria com suco de goiaba
Receita pra magia, estratégia que não acaba
Aperta mas é a camisinha e disfarça esse andar
Que assim dás cana de quem esteve na cozinha em vez de estar a trabalhar
|
||||
6. |
||||
ele um homem ela não
cruzaram caminhos, quiseram ver
tanto amor para dar
o que podia acontecer
eficaz mobilização
para entre portas tecto janela e chão
10 minutos a experimentar
e 1 a chegar à conclusão
perder tempo a tentar, quando não há quimica no começar
à vista a resolução, às vezes é melhor amor de mão
amor de mão, amor de mão
manobras caras de colchão
tentativa leva a exaustão
desfaz cama suja lençol
nota 10 pra esforço 1 pra satisfação
cheios de cordialidade
luta o amor contra a vontade
na cama o jogo é frustração
e quem dá cartas é a desilusão
quando é boa a melodia
não é preciso uma harmonia
não vale a pena inventar
há coisas que não são para dar
|
||||
7. |
Vai ter de ser
03:10
|
|||
não há forma para dizer
o que não se quer entender
estar a par da resolução
mas o feito não se faz do pé pra mão
selectiva a memória se é para por o pé no chão
certezas que se escondem para tomar a decisão
negar o que é evidente e o não querer acreditar
parar é tão dificil quando é fácil começar
vai ter de ser...
procurar por culpa em alguém
é desculpa para não querer fazer
construir desabituação
é coisa que não faz bem ao coração
fazer da independência o ciclo da nova missão
aprender coerência perda e a aceitação
é pânico se de repente há horas para gastar
o largar será sempre mais dificil que o agarrar
|
||||
8. |
||||
Abusaste no batôn puseste cueca leopardo
Metes calcinha tão rota marota no pulso tens casio dourado
Casa de banho da discoteca a fazer ar sofisticado
A trocar beijos por sacos com o dealer nas costas do teu namorado
Argumentas que és muito intensa
Explicas de cara cheia e pretensa
Ouvir-te é crime que não compensa
Mais falas mais a estupidez adensa
Tu és intensamente, és intensamente
És intensamente estúpida
Centro da pista és a sensação do dancefloor
É só roçar, nem queres saber do mau saltas logo pró pior
Tu mostras aquilo que tens e dás aquilo que se vê
Favor de corpo escanzelado por uma dedada de md
Argumentas que és muito intensa
Explicas de cara cheia e pretensa
Ouvir-te é crime que não compensa
Mais falas mais a estupidez adensa
Tu és intensamente, és intensamente
És intensamente estúpida
(sensi)
Vieste ao ataque e eu encostei-me, nem sequer te abordei
passei a mão pela curva, eu nem jogo e já ganhei
Quando a esmola é demais, eu não sou santo e desconfiei
Até deixei, recuei e pensei:
Não vou contigo para o cais
Não sou presa na arena, trata de fugir daqui
Não passes a ser um problema
Betinha que azedou, não me chames de careta
O que tu queres sei eu, mas pra ti não tenho caneta
estúpida intensamente,
parva absolutamente
saco escondido no top,
é cenário deprimente
contente por ser decadente
coito com toda a gente
vai bom, mau e vilão
varre tudo é sempre em frente
|
O Martim Lisboa, Portugal
Pop de rua, gravado em casa.
Streaming and Download help
If you like O Martim, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp