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Horas para Gastar vol​.​I

by O Martim

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1.
enquanto esperava fui-me alimentando enquanto esperava fui fazendo e trabalhando enquanto esperava esqueci-me porque é que o fazia enquanto esperava do nada nasceu outro dia será que era suposto não fazer? não cheguei a perceber será que era suposto eu deixar ser? não cheguei a perceber agora durmo tão bem... já nem me lembro o que é que era se foi outono ou primavera já nem me lembro o que é que era se foi outono ou primavera enquanto esperava fui deixando acontecer enquanto esperava plantei semente pra ver enquanto esperava colhi o fruto que plantei enquanto esperava fui posto à venda e não cobrei
2.
em vida de casal o mundo só me queria a mim propostas de homens e senhoras às quais eu nunca disse sim era censurado o que as pesssoas me queriam fazer fantasias complicadas que eu nunca cheguei a conhecer e agora que o tempo me deixou desocupado parece que a multidão foi passear para outro lado agora que eu tenho horas pra gastar agora que eu tenho horta para plantar tenho flores, mas não tenho a quem dar passava dias a evitar olhares da menina do café deixei de ser marido ela já não quer fazer cafuné no restaurante eu era a especialidade principal mas passei de bife do lombo a ser arroz empapado e sem sal em hora de jogo eu era torre, cavalo e rei sem rainha desci pra peão e nem por bispo passei agora que eu tenho horas pra gastar agora que eu tenho pernas para andar já não tenho sapatos pra calçar agora que eu tenho horas pra gastar eu que gosto tanto de cozinhar não tenho a quem fazer jantar
3.
quebro a ponta do lápis quando o telefone começa a tocar labuta está interrompida, e eu estava mesmo a adivinhar a mensagem de imagem promove a desconcentração a vontade até que era boa, mas isso não perdoa a intenção e esse assento não ajuda a produção tem que haver sempre um rabo de saia qualquer para não deixar acontecer tem que haver sempre um rabo de saia qualquer razão da distração só pode ser mulher deixas que seja o convite a rasgar a folha de papel e o mal que já está feito, é tinta onde não há pincel evades o ofício, sem dizer nada ao patrão a vontade até que era boa, mas isso não perdoa a intenção e esse assento não ajuda a produção tem que haver sempre um rabo de saia qualquer para não deixar acontecer tem que haver sempre um rabo de saia qualquer razão da distração só pode ser mulher lava-se a vergonha em chuveiro por água, enquanto da camisa se aperta o botão por trás da cara lavada à luz do dia, fica a cama desfeita de colchão e hora que passou de repente, deixou pernas de cueca na mão a vontade até que era boa, mas isso não perdoa a intenção tem que haver sempre um rabo de saia qualquer para não deixar acontecer tem que haver sempre um rabo de saia qualquer razão da distração só pode ser mulher só pode ser mulher
4.
vuoi trovare il pelo nel uovo in quel casino di pollaio sempre che vado, torno e ti ritrovo immerso nello stesso guaio l ´aspirapolvere non ti vá a fare il café se la macchina non há motore, meglio andare a piedi lavati le mani, lavati le mani perdi addesso perdi oggi, per vincere domani giovane ti stressi i cavalli mentre le tue amiche preferite inquanto ti fai seghe mentali si bevano delle margherite
5.
Não te retenhas a dizer-me em voz alta a tua opinião E fica descansado que eu tomo o que tu disseres em consideração Arregaça as mangas da calcinha mostra lá o calcanhar E puxa o peito pra fora mas não borres a cueca quando for pra carburar Ai que bonito que é de ver as coisas que o menino sabe fazer Ai que ele atira charme em vão, mas o talento que há na prática é teórico na frustração Pode ser que eu venha a entender Pode ser até que eu queira fazer Mastiga bolacha Maria com suco de goiaba Receita pra magia, estratégia que não acaba Aperta mas é a camisinha e disfarça esse andar Que assim dás cana de quem esteve na cozinha em vez de estar a trabalhar
6.
ele um homem ela não cruzaram caminhos, quiseram ver tanto amor para dar o que podia acontecer eficaz mobilização para entre portas tecto janela e chão 10 minutos a experimentar e 1 a chegar à conclusão perder tempo a tentar, quando não há quimica no começar à vista a resolução, às vezes é melhor amor de mão amor de mão, amor de mão manobras caras de colchão tentativa leva a exaustão desfaz cama suja lençol nota 10 pra esforço 1 pra satisfação cheios de cordialidade luta o amor contra a vontade na cama o jogo é frustração e quem dá cartas é a desilusão quando é boa a melodia não é preciso uma harmonia não vale a pena inventar há coisas que não são para dar
7.
não há forma para dizer o que não se quer entender estar a par da resolução mas o feito não se faz do pé pra mão selectiva a memória se é para por o pé no chão certezas que se escondem para tomar a decisão negar o que é evidente e o não querer acreditar parar é tão dificil quando é fácil começar vai ter de ser... procurar por culpa em alguém é desculpa para não querer fazer construir desabituação é coisa que não faz bem ao coração fazer da independência o ciclo da nova missão aprender coerência perda e a aceitação é pânico se de repente há horas para gastar o largar será sempre mais dificil que o agarrar
8.
Abusaste no batôn puseste cueca leopardo Metes calcinha tão rota marota no pulso tens casio dourado Casa de banho da discoteca a fazer ar sofisticado A trocar beijos por sacos com o dealer nas costas do teu namorado Argumentas que és muito intensa Explicas de cara cheia e pretensa Ouvir-te é crime que não compensa Mais falas mais a estupidez adensa Tu és intensamente, és intensamente És intensamente estúpida Centro da pista és a sensação do dancefloor É só roçar, nem queres saber do mau saltas logo pró pior Tu mostras aquilo que tens e dás aquilo que se vê Favor de corpo escanzelado por uma dedada de md Argumentas que és muito intensa Explicas de cara cheia e pretensa Ouvir-te é crime que não compensa Mais falas mais a estupidez adensa Tu és intensamente, és intensamente És intensamente estúpida (sensi) Vieste ao ataque e eu encostei-me, nem sequer te abordei passei a mão pela curva, eu nem jogo e já ganhei Quando a esmola é demais, eu não sou santo e desconfiei Até deixei, recuei e pensei: Não vou contigo para o cais Não sou presa na arena, trata de fugir daqui Não passes a ser um problema Betinha que azedou, não me chames de careta O que tu queres sei eu, mas pra ti não tenho caneta estúpida intensamente, parva absolutamente saco escondido no top, é cenário deprimente contente por ser decadente coito com toda a gente vai bom, mau e vilão varre tudo é sempre em frente

about

"Horas para gastar vol.I" existe porque:

a Ana e o Tó decidiram criar o Martim
o Martim escreveu as letras, compôs as músicas, gravou guitarras, baixos, sintetizadores e vozes, e em sua casa o misturou e produziu
o David Pires gravou as baterias e co-produziu
o Manuel Sanpayo fez a captação das baterias e ajudou nas misturas
o António Quintino gravou baixos e sintetizadores
o Zé Maria gravou backvocals e fez outras coisas importantes
o Fred Campos Costa aka Cut Slack gravou e produziu a "Razão da distração"
o Tiago Lamy cantou a meias a "Amor de mão"
o Samuel Úria dedilhou um banjo à cowboy na "Pode ser"
o Ricardo Toscano encarnou o espírito calypso e tocou o seu saxofone na "Lavati le mani"
o amigo Nilton oferece a sua caligrafia e talento para as ilustrações e capa com base na fotografia de Fernando Ramos
o Francisco Belmar atendeu o telefone para dar conselhos ao Martim na "Lavati le mani"
o Sensi escafiou aquela miúda que continua a ser "Intensamente Estúpida"
o Miguel Pinheiro Marques pegou em tudo isto e masterizou a coisa como só um homem do norte sabe fazer, no Bender Mastering Studio
e porque o grande mestre Pedro Valente o editou através da da igualmente grandiosa editora que é a Azáfama! Produções artísticas

credits

released January 8, 2015

Azáfama 2015

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O Martim Lisboa, Portugal

Pop de rua, gravado em casa.

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